A história abaixo só pode ser representada como real se acontecer (ou já aconteceu) com você ou com conhecidos seus.
Nos anos 60, havia um escritório de advogados muito conhecido em uma cidade pequena, o Petry e Associados. Liderados pelo renomado advogado Libório Petry, o escritório fazia frente a diversos outros em todos os julgamentos que participava. Porém, por trás de um semblante e um jeito de cordeiro, Libório escondia um lobo feroz, ávido por discutir com qualquer subalterno que lhe fosse subserviente.
Seu maior alvo era o estagiário Lincoln Faria Côrtes, que estava em seu 3º ano de Direito numa faculdade de uma cidade grande, próxima à pequena cidade onde o escritório ficava. Para Libório, Lincoln só servia apenas como saco de pancadas. Embora conhecido antigo de Lincoln e da mãe deste, Dona Servília Faria, mulher batizada na Congregação Cristã do Brasil, Libório não tinha a menor pretensão em ajudar Lincoln, indo contra o que estava no anúncio do estágio: “Executar tarefas com auxílio do superior imediato”.
Mas Libório, talvez por medo de perder os privilégios que parecia ter, ou até por inveja do jovem rapaz parecer ter mais capacidade que ele próprio, não deixava barato, e culpava Lincoln por tudo o que acontecia em seu escritório, até mesmo quando Lincoln não estava e a responsabilidade sobre os acontecimentos estava sob as costas do velho Libório. Embora se desse bem com os demais cinco funcionários do escritório, até com a moça que lhe preparava o tradicional cafezinho com duas colheres de açúcar, Libório não tinha o menor respeito para com Lincoln.
Tal era a cara-de-pau do velhote que, numa certa ocasião, Libório chegou a ligar para Dona Servília, dizendo quais eram as “verdadeiras funções do rapaz”, alegando: “O restante dos encargos do escritório está sob minha total responsabilidade”. O que, na prática, não era verdade, visto que Lincoln até chegou a advogar em várias causas nas quais o velho Libório já havia perdido em 1ª instância.
O que aconteceu após isso? Bem, a Petry e Associados entrou em processo judicial para tentar reaver os bens que, segundo Libório, foram perdidos por culpa de Lincoln, que deveria ter agido nas causas como ele. Porém, a única coisa que Libório conseguiu foi perder todos os privilégios que tinha.
Seu filho mais velho, Otávio Petry, assumiu as rédeas do escritório, mandou interditar o velho e deu a Lincoln as “verdadeiras responsabilidades” que estavam de acordo com o contrato de estágio. E sob a tutela de Otávio, a Petry e Associados recuperou o prestígio que tinha sido perdido pela ganância, sede de poder e abuso de autoridade do velho Libório.
